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Resumo

Partindo do relato mítico do orixá do trovão na história dos povos iorubás, o texto trata da importância do culto africano de Xangô na formação de ritos e cargos do candomblé instituído no Brasil. Apresenta principais variações rituais inscritas nos avatares do orixá e nos arquétipos de personalidade de seus filhos. Mostra também como muitos postos e títulos usados no candomblé correspondem a adaptações feitas a partir da estrutura administrativa da cidade de Oió, da qual Xangô teria sido um dos primeiros governantes e da qual é o grande patrono.

Palavras-chave

Religiões afro-brasileiras Xangô Oió

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Biografia do Autor

Dr. Reginaldo Prandi, Universidade de São Paulo

Reginaldo Prandi é professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), professor titular sênior do Departamento de Sociologia da mesma universidade, pesquisador 1-A do CNPq e membro do grupo de pesquisa “Diversidade religiosa na sociedade secularizada” do CNPq.

Dr. Armando Vallado, Brasílica Arte e Dança

Possui graduação em Comunicações e Turismo pela Faculdade Anhembi Morumbi (1978), mestrado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1999) e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2004). Atualmente é Docente pesquisador da Brasílica Arte e Dança, atuando principalmente nos seguintes temas: poder e conflito, candomblé, hierarquia, sucessão, mitos e tabus.

Como Citar
PRANDI, R.; VALLADO, A. Xangô, rei de Oió. Estudos Afro-Brasileiros, v. 3, n. 2, p. 437-469, 8 ago. 2022.

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